Óleo da Oliveira e Nardo Precioso

   
Óleo da Oliveira e Nardo Precioso
Tradução de João A. de Souza Filho
Fonte: Diccionay of Christ and the Apostles editado por James Hastings, D.D. Volume II, p 264 – edição de 1908

Entende-se que o óleo é um dos mais antigos produtos da Palestina, pois em épocas anterior ao assentamento dos hebreus Canaã era uma terra de oliveiras. “... terra de trigo e cevada, de vides, figueiras e romeiras; terra de oliveiras, de azeite e mel...” (Dt 8.8). Não se pode subestimar a importância deste produto. Dele vinha a luz (Mt 25.3) e alimento (1 Rs 17.12) para a casa. Era importante na obtenção da cura como valor medicinal (Is 1.6; Lc 10.34). Era usado também nos rituais dos hebreus (Ex 29.40; Lv 2.1), e era um importante produto comercial (2 Rs 4.7; Lc 16.6).
Obtinha-se o óleo amassando-se a azeitona. O método mais antigo de se obter o azeite era pisando-se nas azeitonas, conforme alusão em Miquéias 6.15. “pisarás a azeitona, porém não te ungirás com azeite”. E possivelmente também em Dt 33.24. “De Aser disse: Bendito seja Aser entre os filhos de Jacó, agrade a seus irmãos e banhe em azeite o pé”. Tal processo é desconhecido nos dias de hoje. Van-Leneep, afirma, contudo que a polpa da azeitona é ainda amassada pelos pés das jovens (Bible Lands, p 130). Não sabemos quando este processo deixou de ser usado. O AT não tem referências que possam esclarecer (Ex Jó 24.11; 29.6), são vagas e em nenhuma delas se menciona o amassar da azeitona.
“Entre os muros desses perversos espremem o azeite, pisam-lhes o lagar; contudo, padecem sede” (Jó 24.11) e “quando eu lavava os pés em leite, e da rocha me corriam ribeiros de azeite” (Jó 29.6).
Mas, através do Mishná sabemos que o processo era amassar as azeitonas no moinho de pedra, e esmagar no lagar do óleo e depois no moinho do óleo.
A qualidade do óleo dependia da época da colheita, e parte também na forma de se apurar o azeite. O melhor azeite era obtido antes da azeitona fica preta, colocando-a no moinho de pedra. Assim era obtido o “óleo batido” (Ex 27.20; 29.40; Lv 24.2; Nm 28.5). Essa primeiríssima qualidade se obtinha colocando-se a polpa em cestas de vime ou de bambu, por onde o precioso líquido escorria para os receptáculos colocados embaixo. Um segundo e um terceiro óleos eram obtidos amassando-se a polpa no moinho e depois no moinho do óleo.
No NT poucas são as citações sobre azeite ou óleo, e as ocorrências nos evangelhos se referem a:
1) Como fonte de luz (Mt 25.3,4,8). As lâmpadas usadas eram coisas comuns, candeias pequenas. Quando tinham que ficar acesas por muito tempo, era necessário reabastecê-las com azeite periodicamente.
2) Como produto medicinal (Lc 10.34; Mc 6.13 cf Tg 5.14). As qualidades medicinais do óleo eram valorizadas pelos judeus, e era usado por eles e pelas nações antigas. Era usado nas feridas (Is 1.6), para aliviar as dores e acelerar a cicatrização. Uma utilidade semelhante é mencionada na parábola do bom samaritano (Lc 10.34). Neste caso, tanto o vinho quanto o óleo eram usados, o vinho era um anticéptico poderoso (conforme Plínio e o Talmude). Banhos de óleos eram usados, como foi o caso de Herodes o Grande (Flávio Josefo, menciona isto). A unção dos enfermos com óleo (Mc 6.12 e Tg 5.14) era fruto da crença de seu poder curador, mas pode ter sido usado como um simbolismo, como quando era usado para ungir os leprosos (Lv 14. 15 e ss). Pode ter sido usado como auxílio à fé da pessoa que queria ser curada.
3) Usado para ungir (Mt 6.17;Lc 7.46). O costume de se ungir a cabeça e o corpo com azeite era próprio dos países antigos, especialmente dos egípcios. Entre os judeus a unção com óleo parece que fazia parte das abluções diárias (Mt 6.17; c/ Rute 3.2; 2 Sm 12.20) menos em caso de luto (2 Sm 14.2; Dn 10.3). Era comum usar do óleo como forma de se honrar os hóspedes (Lc 7.46; com Salmo 23.5). Ungiam-se os pés (Lc 7.38,46; João 11.2). Os mortos eram ungidos como sinal de respeito (Mc 16.1; Lc 23.56; 24.1, com Jo 12.3-7) e aromas especiais eram colocados no óleo.
4) Usado para comercializar (Mt 25.9; Lc 16.6). No uso diário e para poder viver o óleo tinha um papel preponderante no comércio da Palestina (2 Rs 4.7) e era um produto largamente exportado. Encontramos menções sobre o comércio de óleo por Tiro (Ez 27.17) que provavelmente o revendia aos egípcios (Os 12.1). Salomão remeteu grande quantidade para o rei de Tiro como forma de pagamento do material trazido para a construção do templo (1 Rs 5.11).
(Hugh Duncan).
Ungüento.
O nardo era um óleo aromático extraído de uma planta que crescia na Arábia – nardus – de alto valor comercial em Roma. Lucas o menciona em relação a unção de Cristo por uma mulher na casa de Simão, o fariseu (Lc 7.38,46) e novamente (Lc 23.56) como um dos óleos preparados pelas mulheres que foram ao sepulcro ao terceiro dia.

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